Meus amigos...alvissaras a quem se encontra e boas venturas a quem se destemeu na noite cerrada a vir ao nosso encontro...
Apresento-me sou o Lázaro, homem rude e simples tal como é o meu frontespicio...sou homem de poucas palavras e mais humilde ainda nas que escrevo, conheco o meu irmao Inocêncio já faz muitos Sois...temos muitos invernos em conjunto...e em conjunto abrimos este establecimento que mais que encher o estomago..enche a alma e o ser...ou entao esvazia de conteudo...depende de como se aqui vem ter ou qual o intento...
Chega de apresentações...hoje o serão está a ser calmo...O Cêncio ja dormita pois o crepitar da lareira sibilante como um cobra de encanto convida ao fechar dos olhos que mais que cansados do que veem se sentem prostrados pelo que deixam de ver....
Conto a historia de um homem honrado e de boas familias...educado como ningume...este homem aventuroso...sempre andou de terra em terra...deixando poucas raízes mas muitas sementes dizia.."se elas medrarem assim o destino deitou os dados" dizia ele...pois bem...este homem honrado que pelos sentimentos sempre fez a sua estrada chegou a decisão que a todos calha um dia na nossa vida...qual o mais importante a unidade que nos depara a nossa frente ou a imensidao consituidade de unidades que se espalha em fundo? estarão a pensar...este sacripantas já verteu o precioso nectar pela sua queixada abaixo...mas não,tudo isto para dizer que um dia este gentil homem teve de optar por uma aventura no desconhecido em conjunto ou a pacatez do marasmo da multidão...conheco este homem por nunca ter pensado mas sim sempre agido...há quem diga coragem.valentia destemia...o que leva um homem a partir ao desconhecido...não sei...o certo é que ele partiu...agarrou o primeiro veleiro para o incerto e de malas aviadas se temeu a caminho...viveu falsidades...dores e padecimentos,mas sempre e estoicamente se aguentando...não sabia para quem falar nem a quem expiar os seus pecados...mas sempre se aguentando..afinal uma aventura não é so caminhos faceis...tantas tempestades este marujo passou que um dia...um dia a embarcação naufragou...agora jaz perdido numa ilha de desventuras sem saber qual e o norte a tomar...ou o sul melhor dizendo...o que ele retirou disto tudo? sabendo como ele é? provavelmente gozou o melhor possivel a situacao..riu e chorou o que tinha a rir e chorar e agora..agora tal como aventureiro que ele é esta certamente a espera de novos ventos..para poder embarcar noutra aventura..que grande cabresto digo eu...sera que ele nao aprende...mas a semelhança dos seus idolos da narrativa e versando sobre o seu dilema ele me disse...a razão porque continuo a me aventurar por mais que naufrague e caia em vergonhas mundanas...por mais que perca o sentido e sal de vida aqui e além é só uma...e uma aventura muito arriscada sair pela porta fora, metemo-nos a estrada, e se perdermos o sentido nao se saberá para onde nos poderemos meter...tomei a liberdade de adoptar a frase na lingua de Afonso Henriques que muito antes de Camões já praguejava no seu portinhol...deixo a frase original para vosso deleite...enquanto tiro o avental e apago as velas...a noite ja passou e mais uma jorna sobe comigo pelas escadas enquanto me recolho...a vos todos o meu fiel abraço e despeço-me com amizade....
"It's a dangerous business, Frodo, going out your door. You step onto the road, and if you don't keep your feet, there's no knowing where you might be swept off to."