Dissertações e relatos de dois taberneiros sobre coisas mundanas...e não só.

26
Out 07

Lá diz o povo que toda a alminha que marcha nesta terra tem reservado para si 15 minutos de fama.

O povo só não diz quando e como!

Existe um blog pelo qual tenho um afecto muito especial e onde comecei as minhas jornadas pela blogosfera.

O Interno Feminino não só é especial para a minha pessoa, mas também para um vastíssimo e variadíssimo número de convivas que, semana após semana, escoltam a saga de duas grandes Mulheres num mundo predominantemente dominado por homens.

Dão paulada na rapaziada que até dói, mas têm (por vezes) alguma razão.

Como são donas e senhoras do espaço, ditam as regras do jogo, comentários e afins.

Mas são íntegras e condescendentes q.b., tanto é que todas as sextas feiras dão uma hipótese ao inimigo de se explicar, argumentar, contestar, prantear, ou apenas desembuchar…

Esta sexta a missiva sai desta taverna pela pena do Inocêncio da Silva...                   .

Desde já vos convido a todos a visitarem o blog – que é excelente quer na escrita, quer no conteúdo – e a vislumbrarem essa obra-prima da literatura taverneira, e que tem por autor o nosso querido Inocêncio da Silva.

 

Bem-haja a todos.


 

A gerencia

publicado por tavernacanecadeferro às 06:03

24
Out 07
Venho por este meio pedir desculpas a todos os distintos membros desta pequena Confraria, caracterizada sob a forma desta pitoresca taverna, pela ausência de post´s nos ultimos tempos.
Este fenomeno deve-se ao facto deste vosso probo amigo e taberneiro Inocêncio da Silva, ter voltado, e após varios anos de ausência, a navegar nos mares da pedagogia.
É verdade, voltei a estudar...
Dentro em breve (ou não...) terão além de um amigo de copos e feliz proprietario de uma taverna, um Osteopata de primeira linhagem com cedula profissional e tudo...espero eu.
Portanto caros amigos, serão três longos e fatigantes anos que tenho que enfrentar, acompanhados de grandes obstaculos, mas que creio ter arcaboiço para levar o meu barco a bom porto.
Tende paciência comigo carissimos amigos, pois agora estudo á noite.

Inocênciodasilva
publicado por Inocêncio da Silva às 13:58

18
Out 07

1. Conjunto de qualidades morais entre as quais se salientam a honestidade e a rectidão; 2. Sentimento de dignidade;

3. Boa reputação;

4. Homenagem a alguém pelas suas boas qualidades ou talento;

5. Graça; distinção; privilégio;

6. Motivo de orgulho;

 

Onde se esconde tal marca nos homens e nos tempos? Quem nela crê e a busca no seu íntimo?...e qual o ser que defronta remoinhos de injustiças, empunhando-a?

 

A “Chico-espertisse” tomou de assalto o quotidiano e os corações dos homens, trocando honestidade por deslealdade, e rectidão por parcialidade e falta de carácter, tudo aceite eclecticamente por todo um povo, desde que o fim seja o desejado (aparentemente) por todos.

E qual o homem que aponta os defeitos com a dignidade de quem é integro, com o coração desprovido de receios e magoas?

Qual a nossa reputação perante os demais? Seremos justos intemporalmente ou apenas perante as certas circunstâncias?

Prestamos as devidas e justas homenagens, em vida e oportunamente, a quem se faz valer de tão grandiosa distintiva, ou apenas observamos, ocultamente, quem a traja?

Será um dom ou poderá ser desenvolvido por todos? E que utilidade pratica têm esta característica tão publicitada e recitada num variadíssimo repertório de obras de arte?

Invocada demagogicamente para atingir o coração das massas sem que o propósito de tal empresa seja, no mínimo, honrosa…paradoxal será dizer pouco.

E quem se orgulha de ser ou ter honra, quando acaba caído e sozinho por entre a multidão que prefere não se envolver para não se comprometer?

 

Onde estás, honrado homem e o que te aconteceu?

Estou caído e espezinhado pela indiferença e o receio de revolucionar o que está instituído…

Eles olham, choram e compadecem-se da minha queda mas ninguém me dá a mão, ninguém me vale…

 

Ainda há esperança, ainda se crê em ti…alias, mesmo agora entraram nesta taverna um bando de amigos, que vindos do cinema se acharam emocionados e tocados por alguém que representava o que tu encarnas…

Ainda há esperança, ainda há quem pague para ver a Honra…nem que seja por 90 minutos…  

Inocenciodasilva

 

publicado por Inocêncio da Silva às 13:44

14
Out 07



Porque o estilo de musica que ouvimos, diz muito de nós...

Inocenciodasilva
publicado por Inocêncio da Silva às 18:18

10
Out 07
Ao encontro da iniciativa recentemente criada nesta nossa taverna, vem esta segunda dissertação dirigida a um publico mais experiente, mas algo distraido e desatento aos pormenores...

Nota previa: utilização restringida a criaturas extremamente bonitas e atraentes.

 

Cedo notei a falta de confiança que as mulheres bonitas e atraentes têm, e de quanto fácil é chamar a sua atenção até nós através deste senão…

A verdade é que são criaturas que precisam tanto de elogios, olhares indiscretos e galanteios como eu do néctar das minhas canecas, e caso não lhes seja nutrido este apetite incessante de louvores e cortes, lá se lançam nesse nefasto pântano que se designa de depressão psicológica…

Em caso de dúvida relativamente á veracidade deste facto basta observar atentamente esta espécie feminil num qualquer local, sob uma qualquer circunstância, e preferencialmente entre outros convivas para que o estudo seja o mais imparcial e completo possível. Se realizável, esta observação deverá ser completada pela opinião de outros observadores, recrutados para o efeito.

Em verdade vos digo, se existe alguém que irá reparar em quem está desprendido a tudo o que o rodeia serão estas moças, e farão o possível para que atalhem o vosso campo visual ou simplesmente se sugiram. Deste modo, e caso tenham tomado a atenção do “ausente”, põem em movimento todo o seu arsenal bélico (decotes, mini-saias, sorrisos lascivos, faces de anjo, etc…), para ver até onde chega a discrição do fidalgo.

 

Por esta altura já teremos em mão uma oportunidade de nos fazermos valer, coisa que marialvas audaciosos tentaram e não conseguiram…a indiferença foi novidade.

 

A indiferença é a melhor arma nestas circunstâncias, quer seja á sua faustosa figura, ao seu pródigo decote, ou mesmo á sumptuosidade das suas pernocas que mais parecem cinzeladas do granito…deitamos as suas armas por terra e estas arrastam as suas defesas para a mesma cova.

Como é óbvio deverá haver alguma arte, alguma ciência a partir de certo paragrafo desse episódio, ou a graciosa presa se escapará pela noite dentro. A palavra certa na altura certa, a trivialidade de um qualquer humor solto á desgarrada…e sempre, sempre de olhos fixos nos seus, nunca desviando o olhar para nenhum dos pratos que aquele menu tem para oferecer.

Confiem neste vosso confrade, este tipo de atitude deixa-as sem defesas, e se for acompanhado á viola com uma conversa recitada em tom calmo e pausado, com uma voz profunda e exalando confiança, cria-se uma ambiência de mistério que as prende por aquele recanto, aumentando assim a probabilidade de êxito…são ela que o dizem e não eu.

O ser humano tem varias distintivas psíquicas, e todas são vizinhas.

Quando não alcançamos aquela que é alvo da nossa vontade, o melhor é tentar a imediatamente logo ao lado, pois tem uma janela para a vizinha, alem de se darem bastante bem. Fica a nossa presença escrita a cinzel na memória da donzela, seja pelos motivos que forem, e caso a sorte não os tenha bafejado naquela hora, ficam com ficha de cliente para uma próxima visita.

 

Ide intrépidos cavaleiros, e que o céu seja o vosso limite.

Nunca deixeis que barreira alguma vos demova dos vossos intentos de saias.

Avançai estoicamente sobre terras e mares já tantas vezes navegados pois haverá sempre o virar da maré…e que um dia incitará algum navio ao encontro do vosso Cabo Bojador, afundando-o num oceano de emoções (e lençóis, porque não?!)

 

Inocenciodasilva
publicado por Inocêncio da Silva às 19:35

08
Out 07

Boas...escrevo para testar o meu frontespicio apegado no letreiro da taverna...

Apenas aproveito para agradecer a hospitalidade do meu irmao que em sua casa me acolheu e deu guarida...e em seu coração permanentemente o faz....

 

A sua posicao lembra-me a fabula do velho,da crianca e do burro....mas burro ele nao e e ao contrario de conselhos aziagos...segue o seu proprio rumo...resultado? tem 3 anos e aguenta ate as 2 da manha a fazer disturbios e a quebrar a pacatez do burgo :)

 

Para ele e para todos os que como ele e eu e muitos mais seguem a sua estrada....um abraço e que a luz que vos ilumina a alma vos ilumine a estrada...

 

 

Bem hajam....

 

 

 

publicado por Lázaro Alvares às 22:20
editado por tavernacanecadeferro às 22:29
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05
Out 07

Sempre (ou quase sempre) que me dirijo a qualquer repartição, associação, reunião, congregação, dependência, ministério, secretariado, etc (penso que ficaram com a ideia…), acabo por atestar que o responsável máximo, ou bem próximo disso é um elemento do sexo feminil.

Elas ocupam cargos de alto comprometimento, com o poder a corresponder com essa posição, e apesar de não terem o protagonismo nem o notoriedade do responsável máximo, são elas que ocultamente mexem os cordéis da instituição, repartição, etc, etc…

 

O que se passa com os varões do meu Portugal? Pergunto eu a vós que vêm até mim, e a todos os confrades desta taverna.

É certo que as caras que nos aparecem por esses noticiários e jornais fora são másculos, mas elas estão presentes na sombra, logo atrás do Sr. Director ou do Sr. Ministro…sorrindo na fotografia, despercebidamente.

 

Poderão perguntar: - “Ah e tal ó Inocêncio, porque carga de água é que te foste lembrar de tal coisa?” – Ao que eu respondo: - “Esteve agora mesmo aqui um camarada meu que se inscreveu num curso, e ao que parece é um dos poucos homens na sua turma!”

 

Quem anda por essas escolas, institutos e faculdades fora, facilmente identificará este fenómeno de que me fala este parceiro.

 

 A verdade é que os homens cedo traçam objectivos, mais ou menos concisos, sobre o seu futuro e raramente se desviam desse trilho.

Analisam (alguns) o mercado e traçam fortemente os objectivos a alcançar, com uma dose de ambição q.b., e assim que parte ou totalidade do objecto é obtido é vê-los encostados á ilustre “bananeira”, usufruindo dos louros. Tudo simples, objectivo e muito pratico…á boa maneira máscula, por assim dizer.

Estes marialvas têm todos uma máxima em comum, que é alcançar cedo o que quer que seja que eles tenham concebido como condição ideal, e goza-la em pleno…quanto mais cedo melhor, libertando-se assim de qualquer entrave á sua estroinice.

Seja um curso, emprego, casamento, paternidade, tudo planeado com tempo, peso e medida…e assim que estão na sua mão é o descanso, a tranquilidade.

São humildes na dose de ambição, limitando-a a limites razoáveis e dentro do seu alcance…assim que o orçamentado é alcançado, por assim dizer, tudo o resto será lucro.

A sociedade está tendencialmente mais virada para o masculino, logo as infra-estruturas favorecem o homem em desfavor da mulher, e tudo parece apadrinhar quem põem a navalha na cara, mesmo sem ter que provar grande coisa a quem quer que seja.

Terá que haver derrotados para que haja vencedores, subordinados para que haja subordinantes, povo para que haja políticos… inclusive todos estes adjectivos e substantivos que acabei de enunciar são também masculinos, irónico não?

Não existe grande necessidade de procurar onde é o lugar de um homem na sociedade, pois o próprio Português encarrega-se disso, é amplamente aceite por todos, todo muito democrático, tudo politicamente correcto, arrisco até religiosamente aceite.

 

Já elas…… são outros quinhentos paus, ah pois é!!!

 

Ostracisadas (porque não) no seio da própria família e na sociedade em geral, e não lhe sendo depositada grande esperança sobre um futuro brilhante, são revoltadas inatamente.

Se para um homem o caminho é a descer, para uma mulher é a subir, e pleno de dificuldades. Ele são preconceitos, ele são desconfianças sobre o seu profissionalismo e capacidade, ele são constantes assédios inerentes á condição de mulher, enfim um variado leque de “pedras no caminho” que estoicamente elas contornam…ou tentam.

Apostam vigorosamente na sua formação, pois sabem que será a chave que lhes abrirá as portas onde se escondem as suas ambições. Não estabelecem tempos para atingir as suas metas, ao contrario dos homens, podendo assim calmamente escolher as armas que irão usar no futuro. 

Têm presente que, aquando uma escolha entre candidatos para um determinado lugar, a quantidade de linhas de um Curriculum Vitae pode determinar a escolha, e terão que superiorizar em larga margem as de um candidato masculino se assim for o caso, pois esses marialvas têm pontos a seu favor que são próprios da sua natureza masculina, da sua condição de macho.

…e elas têm apostado no Curriculum Vitae meus amigos. Basta percorrer escolas, faculdades, institutos de formação e afins para facilmente constatar a veracidade do que aqui vos dou a conhecer. O seu número bate aos pontos os que a camada masculina dá a conhecer em termos de estudantes.

São calculistas por força de uma circunstância opressiva criada por nós, homens, e tal distintiva tem dado os seus frutos.

 

 Estamos a ficar na retaguarda meus amigos, e temos poucos argumentos além daqueles que Deus nos deu. A nossa força começa a ser aproveitada friamente por elas, com peso e devida medida…e ainda estamos no início.”

 

A pressão a que estão sujeitas, por vezes criada por elas próprias, leva-as a nunca se esquecerem o porquê das suas demandas pedagógicas, e tenazmente avançam pelo ensino deixando os valdevinos e pândegos pelo caminho.


Um dia mais tarde voltarão a se encontrar, mas por essa ocasião já não serão da mesma "altura"…


 

Inocenciodasilva

 

publicado por Inocêncio da Silva às 12:52

01
Out 07

Num tempo que já lá vai, havia um cego que tinha um amigo que morava numa aldeia vizinha.

Um dia, e depois de comer, fez-se ao caminho atravessando o arvoredo que separava as duas aldeias. A casa do seu velho amigo fica no centro da aldeia, e após alguns enganos e outros tantos pedidos de indicações depois, lá se abraçaram os dois aliados.

Comeu-se bem, bebeu-se melhor e conversou-se sacramente…enquanto caía a noite sobre a terra sem que os dois amigos se dessem conta disso… 

Aquando a despedida do cego homem ao seu amigo, este lembrou-se de algo:

-Leva esta lanterna caro companheiro, pois está noite cerrada. – Disse, enquanto lhe estendia uma lanterna de vidro com uma vela acesa no seu interior.

-O vinho deixou-te o entendimento lá dentro caro amigo, não vês que de nada serve uma lanterna a um cego? – Retorquiu o cego esboçando um alegre sorriso.

-Não é para que vejas o caminho, mas sim para que te vejam a ti! – Exclamou o amigo, ostentando um sorriso também ao aperceber-se do caricato daquela situação.

 

…E lá segui o cego, trilha fora, em passo tranquilo e de lanterna em riste sob uma noite sem lua.

A dada altura alguém esbarra com o cego, fazendo-o cair…

Amável e cuidadosamente o estranho ergueu o cego do chão pedindo-lhe tantas desculpas quantas o cego autorizou. Ao recompor-se, o cego pergunta ao estranho:

- Então homem, não me viu? Não viu a minha lanterna?

Ao que o estranho responde:

- Bom homem, a sua lanterna apagou-se… “

 

 

 

Moral da estória:

 

Não vale de muito dar luz a quem simplesmente não vê!!!


 

Inocenciodasilva
publicado por Inocêncio da Silva às 19:01

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