Dissertações e relatos de dois taberneiros sobre coisas mundanas...e não só.

14
Ago 07

Meus amigos...alvissaras a quem se encontra e boas venturas  a quem se destemeu na noite cerrada a vir ao nosso encontro...

Apresento-me sou o Lázaro, homem rude e simples tal como é o meu frontespicio...sou homem de poucas palavras e mais humilde ainda nas que escrevo, conheco o meu irmao Inocêncio já  faz muitos Sois...temos muitos invernos em conjunto...e em conjunto abrimos este establecimento que mais que encher o estomago..enche a alma e o ser...ou entao esvazia de conteudo...depende de como se aqui vem ter ou qual o intento...

Chega de apresentações...hoje o serão está a ser calmo...O Cêncio ja dormita pois o crepitar da lareira sibilante como um cobra de encanto convida ao fechar dos olhos que mais que cansados do que veem se sentem prostrados pelo que deixam de ver....

Conto a historia de um homem honrado e de boas familias...educado como ningume...este homem aventuroso...sempre andou de terra em terra...deixando poucas raízes mas muitas sementes dizia.."se elas medrarem assim o destino deitou os dados" dizia ele...pois bem...este homem honrado que pelos sentimentos sempre fez a sua estrada chegou a decisão que a todos calha um dia na nossa vida...qual o mais importante a unidade que nos depara a nossa frente ou a imensidao consituidade de unidades que se espalha em fundo? estarão a pensar...este sacripantas já verteu o precioso nectar pela sua queixada abaixo...mas não,tudo isto para dizer que um dia este gentil homem teve de optar por uma aventura no desconhecido em conjunto ou a pacatez do marasmo da multidão...conheco este homem por nunca ter pensado mas sim sempre agido...há quem diga coragem.valentia destemia...o que leva um homem a partir ao desconhecido...não sei...o certo é que ele partiu...agarrou o primeiro veleiro para o incerto e de malas aviadas se temeu a caminho...viveu falsidades...dores e padecimentos,mas sempre e estoicamente se aguentando...não sabia para quem falar nem a quem expiar os seus pecados...mas sempre se aguentando..afinal uma aventura não é so caminhos faceis...tantas tempestades este marujo passou que um dia...um dia a embarcação naufragou...agora jaz perdido numa ilha de desventuras sem saber qual e o norte a tomar...ou o sul melhor dizendo...o que ele retirou disto tudo? sabendo como ele é? provavelmente gozou o melhor possivel a situacao..riu e chorou o que tinha a rir e chorar e agora..agora tal como aventureiro que ele é esta certamente a espera de novos ventos..para poder embarcar noutra aventura..que grande cabresto digo eu...sera que ele nao aprende...mas a semelhança dos seus idolos da narrativa e versando sobre o seu dilema ele me disse...a razão porque continuo a me aventurar por mais que naufrague e caia em vergonhas mundanas...por mais que perca o sentido e sal de vida aqui e além é só uma...e uma aventura muito arriscada sair pela porta fora, metemo-nos a estrada, e se perdermos o sentido nao se saberá para onde nos poderemos meter...tomei a liberdade de adoptar a frase na lingua de Afonso Henriques que muito antes de Camões já praguejava no seu portinhol...deixo a frase original para vosso deleite...enquanto tiro o avental e apago as velas...a noite ja passou e mais uma jorna sobe comigo pelas escadas enquanto me recolho...a vos todos o meu fiel abraço e despeço-me com amizade....

 

"It's a dangerous business, Frodo, going out your door. You step onto the road, and if you don't keep your feet, there's no knowing where you might be swept off to."

publicado por tavernacanecadeferro às 02:50
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